
Decisão vai demorar mais de meio ano
Terça-Feira, 14 de Novembro de 2006
Criação do Centro Hospitalar da Beira Interior“É um processo complexo” justificou o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, após uma nova reunião de trabalho com as administrações dos hospitais da qual pouco foi reveladoO prazo de criação do Centro Hospitalar da Beira Interior (CHBI) continua a ser uma incógnita. Na última sexta feira, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e os conselhos de administração (CA) dos hospitais que irão constituir aquele centro (Guarda, Castelo Branco, e Cova da Beira) reuniram-se na Guarda para voltarem a debater o tema. Fernando Regateiro, presidente da ARSC, garantiu, em conferência de imprensa, que “há entendimento” quanto às especialidades que vão ficar como referência em cada unidade, à excepção do bloco de partos, dependente da criação do futuro Conselho de Administração do CHBI, tal como o ministro da Saúde tinha anunciado. Regateiro não adiantou prazos para criação oficial do CHBI, dizendo apenas que “não é algo que se possa definir daqui a seis meses. É um processo complexo”. Para já, “há acordo, há vontade e vêem-se as vantagens de um centro hospitalar”.
Entre as vantagens, o presidente da ARSC acredita estar um aumento de qualidade, resultante da especialização de cada hospital nos seus cuidados de referência.Fernando Regateiro nada quis adiantar acerca das decisões já tomadas sobre as especialidades, mas garante que algumas serão comuns, tais como cirurgia, ortopedia, psiquiatria e ginecologia, para além dos serviços de análises clínicas e imagiologia. Pela dimensão do CHBI, que irá servir 400 mil pessoas, a oncologia poderá ainda ser uma especialidade a instalar.
REQUALIFICAÇÃO DEPENDE DO CENTRO HOSPITALAR
Acerca do Hospital Sousa Martins, o presidente da ARS não se pronunciou quanto a prazos para a sua requalificação, referindo que “o projecto para o hospital está ligado ao desenvolvimento do centro hospitalar”, ou seja, só depois de definidas as especialidades de referência serão tomadas “as decisões necessárias para avançar para o programa funcional e dar andamento às fases subsequentes”.
Médicos sujeitos a mobilidade
A criação de áreas de referência no CHCBI vai exigir maior mobilidade por parte dos médicos, situação que causa divisão entre os profissionais. Mas, de acordo com Fernando Regateiro, “as soluções vão ser encontradas, dentro da legalidade”.
Covilhã entre os melhores, “não é deliberação”
Confrontado com o estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, em que o Hospital da Covilhã é classificado como o quarto melhor do País, Fernando Regateiro considera tratar-se de “um estudo académico, relevante, mas não é uma deliberação”. “A opinião do estudo é respeitada como tal, mas não é a solução”, referiu.